Porque "Caderno da Gabi"?... Bom, o "da Gabi" é óbvio né? (risos) Mas "Caderno"... sempre gostei de Caderno, Bloquinho, Caderninho de Anotações. Adoro fazer listinhas, escrever alguma boa ideia ou só uma ideia, não necessariamente boa.

sábado, 12 de maio de 2012

Castelo de Areia

Minha vontade de menina
De pisar descalço na areia branquinha
Amar de corpo inteiro, de dentro pra fora.. mas sem hora
Um amor imaginário, gigante em mim
Escondido de ti
Meu olhar fala e me escancara
Amor dentro é gostoso
Lindo retrato da alma pura
De menina que quer amor Mais amor

(Gabriela Salles)

sábado, 5 de maio de 2012

Acho que isso é Amor


Esse nao é um discurso de denuncia e muito menos lamúria, muito pelo contrario. Escrevo isso com os olhos encharcados de alegria, alegria que transborda do coração. Saindo de casa com um olhar sensível, dádiva que herdei da minha avozinha linda, minha poetiza Edith, me deparei com um serzinho carente daqueles que sempre despertam em mim aquele instinto "maternal" impulsivo e, por muitas vezes, incontrolável de ir ajudar... Era um cachorrinho preto, de porte médio, com jeito de filhotão, perdido na rua, andando com dificuldades  com as costelas à mostra. Meu impulso foi diminuir a velocidade do carro pra acompanhá-lo por mais alguns segundos. Quando pensei em abrir mão do meu horário no salão e descer, antes mesmo que me preocupasse o suficiente, vi uma pote daqueles de sorvete com água, cuidadosamente colocado na calçada, nem no caminho nem escondido demais. Continuei observando e veio uma senhorinha com um andar de gente humilde, com mãozinhas de carinho, carregando outro pote de sorvete com um pouco de ração... Ela estava procurando o lugar ideal para colocar a refeição do peludinho. No rosto dela tinha preocupação com a vida, muita bondade e nenhuma preocupação com a crítica alheia. Me alimentei com a atitude gratuita dela e segui.

Mais à frente, no sinal entre Prudente e Contorno, tinha uma rapaz de altura média com roupas em farrapos e um menino com mais ou menos 8 anos muito ativo que vestia uma bermuda vermelha que provavelmente saiu do armário de alguém muito maior do que ele em época de doação. O mais velho segurava uma faixa que promovia panos alvejados, 5 panos por 10 reais. Na faixa dizia que gostariam de comprar uma lugar pra morar pois pagavam aluguel... Fiquei lendo a faixa, oscilando entre a vontade de ajudar e a dúvida. Admirei que a faixa fosse para vender e não pedir.
No sinal estavam parados carros de cores, marcas, estilos e categorias diferentes... com seus respectivos condutores, "categorizados" pelo meu Eu preconceituoso. Enquanto eu pensava se tinha ou não 10 reais vi um movimento ao meu lado, era o motorista do caminhãozinho caindo aos pedaços, chamando o menino da bermuda vermelha com uma nota de 10 reais na mão. O menino veio correndo e sorrindo, entregou os panos, o motorista, também com um sorriso no rosto, agradeceu. O mais velho que segurava a faixa, com uma expressão impressionantemente serena também agradeceu de longe, colocou a mão no peito demonstrando gratidão verdadeira. O sinal abriu e seguimos... Eu, nesse momento então desmanchei. Uma situação que provavelmente já presenciei diversas semelhantes, dessa vez, me tocou profundamente.

Fiquei tranquila para seguir, com o coração feliz e a certeza que em um mundo onde antes eu via predominantemente a crítica e o preconceito está cada vez mais belo. O brasileiro pode ter inúmeros defeitos, mas é um povo de coração quente.
Fiquei orgulhosa de ter me permitido enxergar esses momentos e de sentir de corpo e alma essa experiência de sensibilidade humanizadora ao invés de me irritar com o trânsito como me é comum.

Acho que isso é Amor.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Paz (Texto sobre o Bolinho)


Como o Blog começou por causa da Proteção Animal, a minha primeira postagem TEM que ser com um texto que amo muito, que fala um bocado do que sinto como Protetora. Porque ser "protetor" não é uma função, é uma condição. 


Esse texto é cheio de Saudade... Saudade de um dos meus adotados que se foi. É um texto triste de certa forma mas muito verdadeiro. Acho que abro então esse Blog com chave de ouro, compartilhando com vocês esse meu sentimento lindo por um dos meus filhotes. Esse se foi com menos de 4 aninhos de vida, infelizmente com Leishmaniose. Mas ficaram os bons sentimentos e muita saudade.
Segue o texto que fiz sobre ele: 



"Agora passou um tempo e já consigo colocar minha saudade em forma de texto... Preciso falar do Bolinho, ele merece ser eternizado de alguma forma.

Paz 

O Bolinho chegou até mim por acaso. No meio de tantos filhotes, filhos da rua, apontei um muito parecido com a Bolinha achando que estava escolhendo um "presente" pra Detinha... Depois de levá-lo pra empresa achei várias desculpas que adiassem a partida dele, até que assumi que ele já fazia parte de mim e pronto.

Tão lindinho, branquinho, estabanado, simpático... mastigou a canaleta da empresa e partiu o cabo de rede... demoramos pra descobrir, foi um problema! Mas ele era tão simpático com aquele olhar vira-lata que não tivemos coragem de corrigir. Caímos na gargalhada olhando praquela bolinha branca destruidora de canaletas.

Em poucos dias ele me conquistou, conquistou meus colegas de trabalho, conquistou meu pai... que foi quem sugeriu que ele ficasse na empresa. Ele se tornou o melhor cachorro que eu já tive até hoje, de verdade.. Fofo, calmo, carinhoso mas não carente, atencioso e com um olhar doce. Se mostrava uma fera quando ia gente de fora e uma bebêzão lindo com os "chegados." Sempre extremamente silencioso só latia quando necessário, muito quieto obediente e submisso eu sentia paz nele... que ele neutralizava toda a ansiedade da Barbicha que já chegou viciada na confusão.

Com tantos filhotes que vivem na rua, sofrem tudo e mais um pouco, o Bolinho chegou até mim como se ele precisasse de ajuda, mas quem foi ajudada fui eu. Não me deu trabalho hora nenhuma. Nos ultimos dias, com febre, debilitado... estava doce, calmo... era mesmo a paz em forma de cachorro (como eu sempre o "rotulei"). Me dando a paz que eu tanto precisava... mesmo que o doente fosse ele. Ele me trouxe a paz, se foi e deixou paz comigo. Me ensinou muito e deixou também muita saudade. Me emociono de gratidão só de lembrar dele.

Tem gente que me pergunta se eu acredito que no céu tem cachorro... eu, na minha humana ignorância, nem sei se existe um céu. Mas posso falar do que vivi e senti... A minha intimidade com a morte veio com casos de animais. E eu acredito que, se esses seres especiais não são dignos de um céu, eu é que não sou. Aprendi tanto com esses serzinhos peludos! São fiéis companheiros sem querer nada em troca... me sinto tão inferior à grandeza do olhar de um peludo que sofreu mas nunca guardou rancor, que sente dor mas lambe a lágrima do dono, que passa dias sozinho e faz festa quando alguém chega, que é mal tratado e não tem como pedir por socorro... Se esses focinhos não têm um céu, não há céu.

Hoje lembro daqueles olhinhos brilhantes e enxergo uma inocência mergulhada em sabedoria... sabedoria de viver como deveríamos... só com os bons sentimentos!

Ainda sofro de saudades e não tenho vergonha de dizer isso só porque ele era cachorro. E ainda me parte o coração escutar o chorinho baixo e sofrido da Barbicha que fica olhando pro portão, estranhando que o amiguinho está demorando muito pra voltar. Ele não foi "só um cachorro", eu que fui uma mera aluna na vida desse anjo de quatro patas que me trouxe tanto de Deus.


A gente ainda se reencontra um dia, tenho esperança. 

Gabi."

Começando outra vez...


Esse Blog era sobre Proteção Animal... mas percebi que se eu fizesse um Blog pra cada assunto da minha vida, eu teria mais de mil blogs!
Então agora é um só! E tenho dito.
Tirei as postagens antigas e vou recolocá-las, se achar que devo. (Tá vendo como tô rebelde hoje? Rs...)
Bom, as chances desse Blog ser mesmo só meu, do tipo... só eu entro, é gigante! Mas não tenho problema com isso, eu me divirto falando coisa sem sentido. Sabe auto-divertido? Pois é... sou eu! (Momento fazendo careta no espelho)
É isso, press START!